TAXIDERMIA
A ARTE DE PERPETUAR

A taxidermia vem ao encontro das necessidades de muitos criadores, que tem a intenção de perpetuar a imagem daquele grande campeão ou animal de estima que muitas das vezes foi o primeiro do plantel que é criado como uma relíquia na propriedade. Em vários anos como profissional da área, conheci criadores que deixaram de taxidermizar seu animal, por desconhecer uma pessoa habilitada para lhe atender. É de grande importância que o criador interessado faça contato antecipado com o profissional para obter informações de como se deve retirar, conservar e enviar a cabeça a um taxidermista de sua confiança.

O que é Taxidermia?

Taxidermia, palavra de origem grega, significa “dar forma à pele”. Reconhecida como a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo, esta técnica busca preservar desenho, pele e tamanho dos animais, permitindo conservar as características morfológicas de qualquer vertebrado.

Taxidermizar é uma técnica essencial para o embalsamento, pois anula a atividade de organismos, como fungos e bactérias, que agem na decomposição da matéria morta. É um procedimento biológico que envolve conhecimentos de Química, Anatomia, Ecologia, Artes Plásticas e outras áreas, que começou a ser praticado no antigo Egito, nos processos de mumificação dos faraós.

Esta arte também é conhecida como empalhamento de animais, pois, anteriormente, usava-se palha para preencher o interior dos corpos. A maior parte dos animais empalhados é destinada a coleções científicas ou para fins de exposição. Por este motivo, a taxidermia tornou-se um meio importante de conservação cultural, que tem como objetivo o resgate de espécies, transformando-as em ferramentas educacionais. É importante salientar que, no Brasil, a taxidermização em animais silvestres é proibida por lei federal.

Além do uso científico e acadêmico, a taxidermia atende a outros públicos, como donos de animais domésticos, pescadores e caçadores desportistas, criadouros de animais comerciais e, até, atividades de cinema e televisão.

Quem pode taxidermizar meu animal?

Em Campo Grande (MS), Valfrido Rodrigues dos Santos, que foi Técnico em Anatomia Humana da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) por 30 anos, trabalha como Taxidermista (Embalsamador de Animais), há 28 anos.

Especialista em cabeça e pescoço de mamíferos domésticos, como bovinos, equinos, caprinos, ovinos e outras, faz também restaurações de peças taxidermizadas.

A carreira do taxidermista foi inspirada por uma foto de taxidermia de peixes, publicada em uma revista geográfica universal. Na época, Valfrido trabalhava no Laboratório de Anatomia Humana da UFMS, e nas horas vagas praticava a técnica em animais domésticos, porém sem muita experiência. Tempos depois partiu para a taxidermia pecuária. A técnica da moldagem e manequins, ele aprendeu com um profissional em São Paulo, e com o tempo foi aperfeiçoamento sua técnica.

O contato inicial com o cliente é fator importante no sucesso de seu trabalho. Segundo Valfrido, atualmente, 80% de seus clientes o procuram antecipadamente. “Todos deveriam procurar, pois informações básicas vão influenciar na qualidade final”, afirma. Como já foi dito, saber a forma correta de cortar, transportar e conservar a cabeça do boi até chegar ao taxidermista é fator decisivo na qualidade final da peça, pois as bactérias que agem rapidamente no couro comprometem o resultado.

Por que taxidermizar meu animal?

A taxidermia vem ao encontro dos desejos de muitos proprietários de animais domésticos e criadores de gado, com a intenção de imortalizar a imagem daquele grande companheiro ou campeão que, muitas vezes, foi o primeiro do plantel, tratado como uma relíquia na propriedade.

Apesar de ser muito conhecida nos países que permitem a caça de animais, como os Estados Unidos e o Canadá, a taxidermia não é tão difundida no Brasil. Alguns criadores deixam de embalsamar seu animal, por desconhecer o procedimento.

Como é feita a taxidermização?

Na preparação de animais para o empalhamento, são usadas diversas técnicas que deixam a pele pronta para receber os procedimentos seguintes.

Como não se usa mais os enchimentos de palha na taxidermia moderna, para embalsamar a cabeça do boi, por exemplo, são utilizados somente o couro curtido e o chifre do animal. A parte interna é substituída por manequim sintético feito de gesso, fibra ou de poliuretano.

A etapa inicial do processo é decisiva para o sucesso de todo trabalho e depende totalmente do proprietário do animal. Para obter um resultado de qualidade, o primeiro passo é saber como retirar, conservar e transportar a cabeça do animal até o profissional escolhido. É importante obter todas as informações antecipadamente.

No laboratório, o profissional faz desenhos, medidas e fotos da cabeça. Molda o focinho, retira o couro e adapta o restante da cabeça em gesso. Após a moldagem, toda cabeça do animal é descartada e substituída pelo manequim sintético.

Depois de limpo, o couro vai para o curtimento, que dura aproximadamente uma semana. O manequim pronto é revestido com o couro curtido. É neste momento que o taxidermista procura dar todas as formas e características do animal. Fotos de frente e de perfil ajudam na hora da montagem.

A secagem do trabalho leva de 10 a 15 dias e é realizada na sombra. Para finalizar, é feito o acabamento e a peça é colocada na moldura de madeira. O processo todo demora de 30 a 40 dias para ficar pronto.

Para conservar a animal taxidermizado, basta realizar limpeza periódica, retirando a poeira, além de instalá-la em local apropriado, evitando sol e umidade. Casa haja necessidade, o taxidermista pode fazer a manutenção da peça.

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